Por: Joceane Gomes
A população brasileira está envelhecendo e, segundo projeções do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode chegar a 19
milhões de pessoas com mais de 80 anos em 2060. São pessoas que, por conta do
avanço da idade, apresentam muitas limitações provocadas por problemas de
hipertensão, cardiovasculares, diabetes, além dos que comprometem a saúde
mental, como depressão, demência, entre outros.
E, neste período de pandemia, os idosos, que fazem parte do grupo
de risco, apresentam maior vulnerabilidade à doença. Devido a essa condição,
estão em isolamento social, muitas vezes, há meses sem a presença dos filhos,
netos, amigos e parentes. Por essa razão, os cuidados precisam ser redobrados,
pois, essa situação pode gerar impactos negativos na saúde mental dessas
pessoas. Pensando nisso, o Oh, que Saúde! procurou algumas respostas com a especialista, a psicóloga Magdeliny Lima, para saber como é possível minimizar os danos psicológicos
por causa da falta de contato físico.
De acordo com a psicóloga que, mesmo em meio ao cenário
mundial, acredita que a pandemia do
novo coronavírus trouxe para sociedade uma nova realidade, que precisa de
adaptações.
“Os familiares têm um importante papel no cuidado da saúde mental dos idosos, nesse panorama que estamos vivenciando. Eles precisam favorecer o diálogo, apoiá-los emocionalmente, acolhê-los através da escuta de histórias e momentos vivenciados, estar presentes através do contato telefônico, vídeo chamadas, referindo sempre o amor e atenção necessária. É necessário possibilitar aos idosos expressarem seus desejos, medos, opiniões e, acima de tudo, manter a autonomia”, explica.
Magdeliny ressalta que, para vivenciar de forma mais saudável esse
momento, evitando assim um adoecimento mental, é imprescindível também que os
idosos se mantenham ativos dentro de casa, tentando não se distanciar muito de
sua antiga rotina.
“Eu sempre recomendo aos meus pacientes que façam contatos com familiares e amigos por videoconferência, rede social ou por telefone; adotem uma alimentação saudável; sejam sempre ativos e realizem uma atividade física, mesmo dentro de casa. Além disso, é importante não concentrarem-se, por muito tempo, em noticiários negativos; façam leituras, assistam a filmes e ouçam música; Cultivem a espiritualidade; durmam bem e, por último, mas não menos importante, criem uma rotina com horários definidos para as tarefas”, explica.
A psicóloga observa ainda que, os idosos usuários de medicação ou
algum tipo de tratamento, continuem seguindo as orientações médicas e, se algum
tipo de transtorno psíquico aparecer durante o isolamento social, é importante
procurar um médico para avaliar a possibilidade do uso de uma medicação, além
de psicoterapia, no momento, de forma online, visando uma escuta e
acolhimento psicológico especializado, possibilitando falar sobre suas inseguranças,
medos e fragilidades. “O idoso precisa sentir-se bem, confiante e, acima de tudo,
entender que o distanciamento social é uma forma de cuidado e proteção nesse
nessa fase”, conclui.
O isolamento social é importante, isto é um fato irrevogável. E, segundo pesquisa divulgada pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), 10,53% da população brasileira têm 65 anos ou mais. Por isso, é necessário um olhar muito especial a essa parcela grandiosa de cidadãos, tendo em vista que a quarentena pode ocasionar sintomas de depressão, ansiedade, transtorno de pânico e até levar ao suicídio, além de agravar doenças pré-existentes.
Atendimentos – A equipe do Oh, Que Saúde procurou
alguns grupos que passaram a oferecer o serviço de escuta gratuitamente para
quem precisa. As consultas podem ser realizadas online por vídeo chamada ou
ligação em plataformas especificas. O site Relações
Simplificadas contempla todo Brasil, oferecendo o serviço gratuito, com sessões individuais
e com duração de 30 minutos. Os interessados podem entrar no site https://www.relacoessimplificadas.com.br/escuta e fazer uma previa descrição para participar.
Outros dois sites oferecem o mesmo tipo de ajuda e sem custo adicional.
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