Por: Célia Rangel e Meyri Gomes
“Confesso que fico bastante irritada quando sou contrariada nos meus pontos de vista, principalmente, ao ver minhas postagens tratadas com “descaso”. Tenho dificuldade de aceitar o contraditório não somente nas redes sociais, mas também de forma geral. Já causei muitos problemas nas minhas relações. Sei que preciso trabalhar essa limitação com terapia”, admitiu Jailde de Santana.
Você se identificou? Responda sinceramente: quando suas postagens são rejeitadas e criticadas nas redes sociais você se sente contrariado, irritado, frustrado e até se sente rejeitado? Acha que seu ponto de vista não pode ser questionado? Se respondeu sim, cuidado. Especialistas alertam que a rejeição a postagens não é motivo para afetar negativamente o emocional. Eles destacam que esse tipo de comportamento tem a ver com insegurança, além de demonstrar prepotência.
Augusto Vaz, psicólogo clínico e neuropsicopedagogo, falou sobre o assunto, fazendo considerações bem importantes.
“Percebo que, cada dia mais, as pessoas só querem ouvir aquilo que desejam, e o limiar de tolerância e empatia está diminuindo, isso se dá por causa da crescente falta de interação social real, presencial”, destacou.
Geane Carla, jornalista, tem 19 mil seguidores. Ela fez observações a respeito da temática da rejeição nas redes sociais. “Acredito que alguns conteúdos podem sim gerar rejeição por provocarem polêmica. Além disso, há pessoas que gostam de abordar assuntos de ordem pessoal e sobre os quais emitem opiniões agressivas e como verdades absolutas”, pontuou.
Já a psicóloga Kethellin Moraes acrescentou muitas pessoas perdem a identidade em busca de aceitação :
“Vivemos em busca de aceitação e de inserção social, mesmo que seja sem perceber ou sem ter essa intenção, pois aprendemos desde a infância que precisamos nos inserir em grupos: família, escola, trabalho, etc. Essa "obrigação" de pertencimento pode acabar fazendo com que nos afastemos da nossa verdadeira existência, isso é um desastre emocional”, concluiu.
O Oh, que saúde! aproveitou a temática das redes sociais para abordar também a dependência com relação a elas e levanta algumas reflexões com os seguintes questionamentos. As redes sociais ocupam boa parte do seu tempo, interferindo nos horários da alimentação, assim como do trabalho, estudos e até na sua vida familiar e social? Se isso está acontecendo com você, fique atento, pois pode estar tornando-se compulsivo. E, segundo especialistas, a compulsão é causada pelo o que eles chamam de dependência digital, que é um transtorno mental.
Fique atento
Os brasileiros usuários da internet ocupam 9h17min do seu tempo conectados aos seus dispositivos móveis. Esses dados fazem parte do relatório “Digital in 2020”, realizado pelo We Are Social e Hootsuite. De acordo com essas informações, o Brasil perde apenas para a Tailândia e Filipinas. Pare e pense: são mais de 9h ligado à internet. É tempo demais, não é mesmo? Você acha isso saudável? Reflita sobre a questão da dependência.
“No cérebro, a dependência atua no mesmo lugar, seja ela química ou emocional. Então atenção! Quando você começar a perceber que não consegue passar muito tempo sem se conectar à internet, e que essa ação incomoda, alterando a qualidade de humor, vida, sono, roubando o seu tempo, isto é uma evidência clara de dependência. É hora de procurar ajuda profissional”, alertou Augusto Vaz.
Dicas para não se tornar um ciberviciado
- Comece aos poucos, e pense sempre no sentido de usar a tecnologia a seu favor;
- Desligue notificações;
- Planeje pequenas pausas;
- Desligue tudo antes de dormir, entre outras.
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