Não deixe a pandemia esfriar seu relacionamento. Capriche nas preliminares!!
Por: Célia Rangel
A pandemia causada pelo coronavírus está afetando a vida amorosa, a intimidade e sexualidade de muitas pessoas, casadas e solteiras. Muitos relacionamentos estão sendo desfeitos durante esse período de isolamento. Mostrar-se ao outro de forma intensa, expondo o íntimo de cada um e suas limitações está sendo pesado para alguns, enquanto que para outros, essa realidade tem fortalecido mais ainda as relações. Para falar de uma experiência em que o isolamento está modificando e amadurecendo a forma de relacionar-se com sua esposa, o Oh, que saúde traz o relato de Paulo Eduardo Costa, administrador, numa conversa descontraída com a jornalista Célia Rangel.
CR- Bom dia Paulo Eduardo! Agradecemos seu despojamento para falar sobre como você e sua esposa estão lidando com essa realidade.
PE – Eu também agradeço a oportunidade.
CR - Como você está enfrentando essa situação?
PE - Embora casados há cinco anos, depois da pandemia entramos num processo de conhecimento das nossas mais profundas intimidades. Por causa da quarentena, passamos a ficar juntos 24 horas, compartilhando cada segundo. Estamos vivendo um contexto no qual nossas manias, defeitos, qualidade, estão mais evidentes, mais expostos.
CR – Rola estresse por ficarem tanto tempo juntos?
PE – Claro que rola, mas nada que comprometa nossos afetos e vida sexual, que está se tornando cada vez mais madura. E esse “novo normal” está nos preparando para ser pais. Estamos esperando a chegada de Enrico no próximo mês de junho, que trará muitas alegras para nós.
CR – O que a pandemia está modificando na vida de vocês, não somente no que se refere à forma de lidar com a sexualidade, como também no que diz respeito aos valores como pessoas?
PE – Na vida a dois, eu digo, com toda certeza, que estamos muito mais parceiros. Não é todo casamento que irá passar por essa prova de confinamento. Destaco entre outras percepções, que passamos a dar mais valor a pequenas coisas que nem sequer percebíamos, como por exemplo a convivência com nossos pais e parentes próximos.
CR – Você acha que o bom humor pode ser um forte aliado no enfrentamento da pandemia no dia a dia do casal?
PE – Com certeza ajuda muito, não apenas para enfrentar essa situação, como também para diversas outras. Já vivemos num mundo com tantos problemas, devemos encarar a vida com mais leveza. O mal humor e o estresse nos levam momentos que jamais teremos de volta.
CR – Diante dessa nova realidade provocada pela Covid, o que você pode dizer para os casais para que suas vidas amorosa e sexual não sejam impactadas a ponto de afastá-los, de distanciá-los?
PE – Não é fácil conviver. E acredite, você não conhece seu parceiro (a) até passar por um período de isolamento como o que está acontecendo. Mas, se existe amor, carinho e respeito, com certeza o casal sairá dessa fase mais fortalecido.
CR – O Oh, que saúde mais uma vez agradece sua participação.
PE – A gratidão é recíproca e espero que a minha experiência, de alguma forma, possa ajudar as pessoas a repensar a relação.
Um olhar especializado
O Oh, que saúde! também ouviu Rosa Batista, terapeuta de casal e família, com bastante experiência na área. Confira o bate-papo acerca dos reflexos da pandemia na sexualidade.
CR - Bom dia Rosa. O Oh, que saúde agradece sua presença nesse espaço.
RB – Eu também registro aqui meus agradecimentos pelo convite.
CR – Diante desse contexto, qual a avaliação que você faz sobre as causas dos impactos da pandemia na vida amorosa dos casais e, consequentemente, sobre a sexualidade?
RB - A primeira problemática é que os casais estão excessivamente juntos durante a pandemia. Essa situação de isolamento exige mais paciência dos cônjuges, pois cada um vai lidar de forma diferente com o estresse, com a ansiedade. Em alguns dias, um vai estar bem e o outro não. Esse momento atípico, exige mais empatia. É importante ressaltar que, embora a frequência de relações tenha aumentado, os relatos destacam uma baixa na qualidade por conta do estresse.
CR – Durante essa fase, cresceram os atendimentos em seu consultório?
RB – Sim, cresceram muito, principalmente no que se refere a pessoas solteiras e que não têm relação com parceiros fixos pela dificuldade de se aproximarem, tendo que cumprir as normas sanitárias de distanciamento. E, com os casais, as reclamações giram em torno da baixa qualidade do sexo por conta do estresse causado pela pandemia. A convivência obrigatória diante do isolamento social tem causado dificuldades nessa área.
CR – Esses impactos têm provado separação?
RB – Sim, não somente por causa da questão sexual, mas alguns casamentos já vinham com problemas que foram potencializados. Os casais que não viviam um relacionamento saudável antes da pandemia não tinham muito tempo para dar atenção às questões, mas, com a convivência, tudo foi posto em cheque.
CR – Qual a faixa etária das pessoas que procuram atendimento psicológico pelo motivo anteriormente mencionado?
RB – Os atendimentos registram a faixa etária de 40 a 65 anos.
CR- Que dicas ou recomendações você dá às pessoas que estão sendo afetadas na vida amorosa e sexual?
RB - Mesmo dentro de casa, podemos arrumar formas de sair um pouco da rotina, preparar um jantar diferente, colocar os filhos para dormir mais cedo, dialogar sobre a percepção de cada um a respeito do problema, conversando mais claramente sobre o assunto, flexibilizar para umas mudanças necessárias e caprichar nas preliminares.
CR – Caprichar nas preliminares faz muito bem kkkkkk. Rosa, o Oh, que saúde! mais uma vez agradece pela? conversa.
RB - Também sou grata.
Gostou do conteúdo? Identificou-se com o assunto abordado? Então, vale apena repensar. E, se precisar de ajuda profissional , não hesite.
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