Recuperando o fôlego depois da Covid





Aumenta a demanda relacionada a pacientes que apresentam comprometimento do sistema respiratório após contaminação pela Covid

Por : Célia Rangel 

“Embora não tenha manifestado a forma grave da doença, não precisando ser hospitalizada, tive fortes sintomas respiratórios, fraqueza muscular e dores de cabeça. O cansaço provocava desconforto intenso, tanto que falar e comer me deixavam ofegante. E, mesmo depois de usar a medicação prescrita, da quarentena de 14 dias e de ser liberada para voltar ao trabalho, não me sentia bem. Até para carregar o notebook fazia tremendo esforço. Diante da situação, precisei passar por sessões de fisioterapia respiratória e, hoje, depois de dois meses que contrai a infecção, voltei a me sentir bem. Porém, o medo de ser contaminada novamente é grande, por isso, redobro os cuidados com as medidas de prevenção. A Covid é uma doença devastadora”, esse é o relato de Karine Tenório e apresentadora, jornalista, hoje recuperada. 

Karine Tenório
Karine faz parte do grupo de pessoas que apresentaram a síndrome pós-Covid. De acordo com especialistas, cerca de 80% das vítimas recuperadas desenvolvem, no mínimo, um sintoma que pode ser prolongado por até quatro meses após a cura. Além dos sintomas relatados pela jornalista, existem outros como dores musculares, dor no peito, perda de paladar, que pode acontecer de forma temporária ou duradoura, e ainda ansiedade e depressão.  

Até agora, os estudos referentes à extensão das complicações decorrentes da doença ainda estão longe de ser decisivos. E a realidade mostra que parte significativa dos recuperados necessita de tratamento, de reabilitação, principalmente no que diz respeito às funções respiratórias, pois o pulmão é um dos órgãos mais afetados pelo vírus, por isso, a fisioterapia tem papel fundamental na recuperação dessas pessoas.  

Acompanhe o que Fabiana Diniz, fisioterapeuta, diz sobre a importância do suporte fisioterapêutico aos sequelados: “Ainda que a infecção causada pelo coronavírus seja uma doença sistêmica, generalizada, o dia a dia na clínica registra maior demanda relacionada a pacientes que apresentam comprometimento do sistema respiratório e, desde o início da pandemia, procuramos nos capacitar para oferecer o melhor. Fabiana ressalta que a procura por atendimento de fisioterapia motora também se destaca na rotina de assistência, uma vez que essas pessoas chegam para atendimento com fraqueza muscular e fadiga intensa”, frisa.

Fabiana Diniz, fisioterapeuta
Fabiana Diniz, fisioterapeuta


A fisioterapeuta acrescenta que os registros de atendimento na clínica apontam para oito a dez pacientes por dia, na faixa etária de 20 a 80 anos, com predominância do sexo feminino. Ela alerta para a importância da procura por tratamento para as pessoas que desenvolveram a forma mais grave da doença, como também a mais leve, visto que, se algumas sequelas não forem tratadas em tempo, podem se tornar crônicas. 

Fisioterapia gratuita pós-Covid   

A Clínica-Escola de Fisioterapia do Centro Universitário – UNIPÊ – iniciou na última segunda-feira (26) o Programa de Reabilitação pós-Covid-19. Trata-se de um projeto acadêmico da instituição de atendimento a pessoas com sequelas provocadas pela doença. Para ter acesso ao programa é necessário agendar previamente ligando para o telefone número (83) 2106-9271.  

Reforçando 

Mesmo já tendo recebido a segunda dose da vacina, é importante manter aqueles cuidados, seguir as orientações. 

- Lave as mãos com frequência. Use sabão e água ou álcool em gel 70% 

- Use máscara 

- Não toque nos olhos, no nariz ou na boca 

- Evite aglomeração 


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