SUS - Princípios fundamentais


 



Você sabia...

Que o Brasil é o único país que possui um sistema de saúde pública universal totalmente financiado pelo governo?

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituído pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 196, como forma de efetivar o mandamento constitucional do direito à saúde como um “direito de todos” e “dever do Estado”, e está regulado pela Lei nº. 8.080/1990, a qual operacionaliza o atendimento público da saúde.

Com o advento do SUS, toda a população brasileira passou a ter direito à saúde universal e gratuita, financiada com recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, conforme rege o artigo 195 da Constituição.

Fazem parte do SUS, os centros e postos de saúde, hospitais públicos, incluindo universitários, os laboratórios e Hemocentros (bancos de sangue), os serviços de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental, além de fundações e institutos de pesquisa acadêmica e científica, como a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e o Instituto Vital Brazil.

O SUS é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. sendo o único a garantir assistência integral e completamente gratuita.

 

Importante conhecermos os PRINCÍPIOS fundamentais

que norteiam o SUS

 

Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurá-lo, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todos, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais ou pessoais.

 

Equidade: o objetivo deste princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, elas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.

Integralidade: este princípio considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Para isso, é importante a integração de ações, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o tratamento e a reabilitação. Juntamente, o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.

 

... e Princípios Organizativos que são balizadores

Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos.

Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região.

Descentralização e Comando Único: descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde, a descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade.

Participação Popular: a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.

 

A promoção de saúde é gratuita e direito de todos

Ter acesso à saúde é direito de todos e dever do Estado, previsto no artigo 196 da constituição. A lei garante que haja políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos. Dessa forma, todos os usuários podem realizar procedimentos médicos gratuitamente como:

  • Consultas;
  • Tomar vacinas;
  • Receber tratamento odontológico;
  • Fazer curativos;
  • Coletar exames laboratoriais;
  • Tratar sintomas de viroses comuns como resfriados, gripes, febre, dores de cabeça etc;
  • Realizar e retirar medicamentos gratuitamente;
  • Ser encaminhado para especialidades médicas;
  • Fazer acompanhamento continuado na unidade ou em sua própria residência (a depender do caso de locomoção).

Considerado um dos maiores e melhores sistemas de saúde públicos do mundo, o SUS beneficia cerca de 180 milhões de brasileiros e realiza por ano cerca de 2,8 bilhões de atendimentos, desde procedimentos ambulatoriais simples a atendimentos de alta complexidade, como transplantes de órgãos. Os desafios, no entanto, são muitos, cabendo ao Governo e à sociedade civil a atenção para estratégias de solução de problemas diversos, identificados, por exemplo, na gestão do sistema e também no subfinancimento da saúde (falta de recursos).

Paralelamente à realização de consultas, exames e internações, o SUS também promove campanhas de vacinação e ações de prevenção de vigilância sanitária, como fiscalização de alimentos e registro de medicamentos.

Além da democratização da saúde (antes acessível apenas para alguns grupos da sociedade), a implementação do SUS também representou uma mudança do conceito sobre o qual a saúde era interpretada no país. Até então, a saúde representava apenas um quadro de “não-doença”, fazendo com que os esforços e políticas implementadas se reduzissem ao tratamento de ocorrências de enfermidades. Com o SUS, a saúde passou a ser promovida e a prevenção dos agravos a fazer parte do planejamento das políticas públicas.

Hoje nossa luta é pela vacinação da COVID-19, já somos mais que duzentos e quarenta e um milhões, seiscentos e vinte e cinco mil, quatrocentos e setenta e duas doses de vacinas aplicadas.

Viva o SUS!

Oh, que saúde!


 

Por: Raquel Milleli

 


 

 

 

 

2 comentários:

  1. Nós temos uma riqueza de sistema de saúde, precisamos de bons gestores e de mais investimentos para que o SUS possa oferecer seus serviços com excelência. Obrigada pelo post com tanto conhecimento.

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  2. Verdade, Dira Viera o SUS é uma riqueza. Tem que ser mais valorizado e merece gestores comprometidos.

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