Meu
nome é Frederico Augusto Ribeiro Clemente, farei 48 anos no próximo dia
22. Sou fisioterapeuta e coordenador dos
setores não COVID-19 do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto
Lucena, em João Pessoa, e também interno do 10º período do curso de Medicina da
Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (UNIFACISA),
em Campina Grande. Estou aqui para falar sobre os desafios relacionados à
transição da carreira de Fisioterapia para Medicina.
Em
outubro de 1998, me formei em Fisioterapia pela Universidade Federal da Paraíba
(UFPB). Uma profissão promissora que estava em ascensão e que, a cada dia,
ganhava mais visibilidade na sociedade. Resolvi me aperfeiçoar e fiz uma
pós-graduação em Fisioterapia Neurológica, em 2001 (Universidade Estadual da
Paraíba, UEPB), depois, fui morar em Maceió-AL, onde coordenei o Programa
Estadual de Combate à Hanseníase. Chegando 2003, mais mudanças aconteceram,
desta vez, o destino foi Brasília, lá, trabalhei no Ministério da Saúde, além de coordenar curso e
atuei também como professor. Porém, ainda não me sentia preenchido. Eu queria
mesmo era ser médico!
É
esperado que, aos 30 anos, você já tenha uma definição daquilo que quer fazer
pelo resto da sua vida. Mas, o mundo muda e nós muda também. Então, em meados
de 2014, aos 41 anos de idade, retornei a João Pessoa com o objetivo de mudar
minha vida e buscar realizar meu sonho de ser médico. Sem perspectivas de
crescimento profissional como fisioterapeuta, com uma filha e muitas frustações
profissionais, comecei a me planejar e procurar as maneiras de alcançar meu
objetivo.
Os
desafios são enormes: imagina você com mais de 40 anos, ter que sair da sua
zona de conforto, voltar a estudar, passar por um longo período de privações,
renúncias, ter que se adaptar a novas realidades, tecnologias e ainda seguir
trabalhando para se manter.
No
final de 2016, consegui passar no vestibular e, no começo de 2017, iniciava
realizava o sonho de cursar Medicina. Minha família foi, e continua sendo, um
pilar essencial em todo esse processo: sem ela, eu jamais teria chegado até
aqui.
Eu costumo dizer que a
Fisioterapia é a minha paixão, no entanto, a Medicina é algo visceral, que
pulsa diferente, pulsa muito forte dentro de mim. Estou feliz demais com
minha decisão. E não vejo a hora de poder associar essas duas ciências e, acima
de tudo, conseguir trazer o melhor benefício para o paciente.
Cursar Medicina é um grande
desafio, um dos maiores da minha vida. A rotina é muito puxada e deve ser assim
mesmo. Se, para os que são mais jovens e podem se dedicar apenas aos estudos,
já é difícil, imagine para aqueles que também trabalham, têm família e outras
responsabilidades. Conciliar tudo isso exige muita determinação, dedicação,
organização e disciplina, além da situação que estamos vivendo por causa da pandemia,
que impacta todos nós e, de forma mais desafiadora, os profissionais da área da
saúde. No entanto, eu digo que essa jornada, com todos os percalços, está
valendo a pena demais. Sinto-me feliz, realizado e me enriquecendo como ser
humano.
Com o tempo, percebemos que os
desafios devem ser encarados com muita disciplina e determinação, por isso, nunca
desista dos seus sonhos. Filtre as opiniões negativas, tente absorver somente aquilo que te faz bem, se planeje, trace
metas de curto, médio e longo prazo, seja autor de sua própria história. Quebre
paradigmas: tempo, idade, certezas e outros!
Na próxima coluna, vou falar dos
detalhes dessa mudança da Fisioterapia para Medicina, da rotina, como foram as
escolhas, medos, desafios e, principalmente, as vitórias. Até breve.
Excelente vivido. Um incentivo a nosso e meu caminho. Parabéns!
ResponderExcluirMuito bem meu amigo, parabéns pelas conquistas!! Vc é um profissional fantástico e será um grande médico! Deus abençoe tua caminhada!!!
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