Plantão Psicológico: atendimento emergencial gratuito


 






Você sabia que o Núcleo de Acolhimento e Escuta Psicológica (Naepsi) da Clínica Escola  da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus I, João Pessoa, atende pessoas com demandas psicológicas urgentes? Saiba mais sobre esse projeto de extensão criado e coordenado pela professora Sandra Souza, do Departamento de Psicologia, em 2011. A jornalista Célia Rangel, do Oh, que saúde! bateu um papo com ela que contou detalhes acerca desse trabalho. Acompanhe a entrevista.

CR - Boa tarde professora Sandra! O Oh, que saúde! agradece sua disponibilidade para falar sobre o Plantão Psicológico, projeto tão  importante.

SS  - Eu também agradeço a oportunidade de divulgá-lo.

CR  - Professora Sandra, o que é o Plantão Psicológico?

SS – O Plantão Psicológico, existente praticamente em todo o Brasil, é uma modalidade de atendimento da Psicologia Clínica que se caracteriza por atender à pessoa a partir de uma demanda urgente, ou seja, quando está vivendo algo emergencial, de sofrimento psíquico como por exemplo conflitos, problemas ligados à perda seja de que nível for, de relacionamento com amigos,  marido, esposa, filhos, no ambiente de trabalho, dúvidas em relação à tomada de decisão, falta de motivação, questões que foram potencializadas devido à pandemia, ansiedade, depressão e até ideação suicida.

 CR – Além da característica acima citada, existem outras que são importantes ressaltar?

SS – Sim. O Plantão Psicológico normalmente acontece por uma consulta com direito a dois retornos, para isso, existe uma escala de plantonistas durante o ano inteiro. E, quando retorna, poderá, coincidentemente, voltar para quem lhe atendeu pela primeira vez ou ter o atendimento realizado pela pessoa que está de plantão. Outro destaque:  tem começo, meio e fim já pré-determinados, diferente da psicoterapia, que tem início, porém não tem data para terminar, pois vai depender do processo desenvolvido e é feita com um único psicólogo, uma vez por semana.

CR -   Como ter acesso ao Plantão Psicológico?

SS – Por causa da pandemia, o acesso se dá exclusivamente pelo WhatsApp (83) 98212-4937, sempre nas quartas-feiras, das 14 às 17h. Existe uma equipe de plantonistas volantes que faz o atendimento. Neste ano de 2021, teve início no mês de fevereiro e foi até a última quarta-feira (15) por causa do recesso do final do ano, retornando no início de 2022. É importante ressaltar que, antes da pandemia, acontecia presencialmente, não somente na Clínica Escola de Psicologia da UFPB, mas também o serviço já foi levado para locais como o Hospital Universitário, Parque da Lagoa e escolas.

CR – Quantos profissionais compõem a equipe de plantonistas?

SS – Até o ano passado, eram sete e somente profissionais vinculados ao projeto, cadastrados no Conselho Regional de Psicologia (CRP) e na plataforma on-line, não sendo permitida a participação de estagiários. Porém, houve toda uma reorganização por parte do CRP por causa da pandemia e, este ano, tivemos cinco psicólogas prestando atendimento e em torno de sete estagiários que fazem o último ano do curso de Psicologia, além dos meus alunos estagiários.

CR – Qual o perfil das pessoas que procuram o Plantão Psicológico?

SS – Neste ano, ainda não fechamos os dados relacionados ao perfil porque, como disse anteriormente, o atendimento foi até quarta-feira da semana passada. Mas, com relação à demanda de 2021, o Plantão Psicológico atendeu pessoas de 18 a 84 anos (jovens, jovens-adultos, adultos e idosos). Entretanto, a média de idade é de 30 anos. Embora homens procurem o serviço, a maioria é de mulheres. Outro dado importante: a maior parte das pessoas atendidas pertencem à classe social menos favorecida economicamente. Observou-se que, no ano passado, 43% das pessoas atendidas tinham renda mensal de 1 a 3 salários mínimos.

CR – A maior demanda do Plantão Psicológico é de João Pessoa?

SS – Sim, porém, com o atendimento on-line, expandiu-se, havendo procura de pessoas do interior da Paraíba, de estados vizinhos como Rio Grande do Norte e Pernambuco, São Paulo, da região Norte e até que falam a Língua Portuguesa e moram em outros países. A busca tem sido grande. No ano passado, foram registradas 254 pessoas, porém, como dá direito a retorno, a totalização fechou em 311. Neste ano, embora o total ainda não tenha sido fechado, a demanda ficará em torno de 270, no entanto, levando-se em conta o retorno, deverá perfazer  340 o número de atendidos.

CR – Há previsão de retomada de atendimento presencial?

SS – Tao logo sejam atestadas as condições de biossegurança da UFPB no que diz respeito à pandemia. Mas, a expectativa é que retorne no primeiro semestre de 2022, todavia não há data precisa. Enquanto isso, o Plantão Psicológico segue on-line, como está sendo feito desde março do ano passado.

CR – Professora Sandra, o Oh, que saúde! sente-se muito feliz em divulgar o projeto que, ao longo desses 10 anos, tem acolhido e ajudado tantas pessoas em situação de urgência psicológica.

SS – Eu, como fundadora e coordenadora do Plantão Psicológico do Naepsi, agradeço demais pelo espaço dado para a divulgação do serviço.

Redes Sociais do Plantão Psicológico

 Instagram - @naepsi.ufpb

Facebook - @naepsi.ufpb

YouTube - NAEPSI | UFPB

História da criação do Plantão Psicológico no Brasil

Surge em 1969 no Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUS), criado e coordenado pela Professora Rachel Lea Resenberg. Naquele momento, havia uma grande demanda, formavam-se enormes filas. Isto chamou bastante a atenção para a necessidade de criação de um serviço capaz de oferecer atendimento diferenciado para pessoas que viviam uma situação de sofrimento psíquico e que necessitavam de intervenção psicológica de emergência.

E aí, gostou do conteúdo? Então curte e compartilha. Você vai ajudar na divulgação desse projeto tão bacana desenvolvido na UFPB.


Por: Célia Rangel 

 

 

Um comentário: