Por: Célia Rangel e Meyri Gomes
2020 foi um ano desafiador para todos nós. Tivemos que nos readaptar e reinventar as nossas rotinas devido à pandemia da Covid-19. Outros, na linha de frente, foram obrigados a enfrentar seus próprios medos e dificuldades estruturais das unidades de saúde, pois o mais importante sempre foi e será a missão maior: ‘salvar vidas’.
Para homenagear todos esses heróis, O Oh, que saúde! traz a história de uma dessas heroínas do cotidiano, a enfermeira Cátia Jussara de Oliveira, que trabalha na linha de frente no atendimento a pacientes vítimas do Coronavírus, no estado da Paraíba.
“Vivemos um ano atípico. Logo nos primeiros meses de 2020, fomos surpreendidos por uma doença devastadora sobre a qual quase nada sabíamos. O mundo todo estava estarrecido e amedrontado com a nova realidade. As mortes aconteciam em escala alarmante. Sentia-me perplexa e também com medo. Estávamos diante de um inimigo invisível e potencialmente letal. E seguimos enfrentando uma grande luta, pois a ameaça ainda não cessou. Precisamos ter consciência da gravidade da situação e agir respeitando as orientações dos médicos, cuidando das nossas vidas e respeitando a das outras pessoas”, relata emocionada, Cátia Jussara.
Em meio a esse enfrentamento, exposta à doença, a enfermeira também foi contaminada, apresentando fortes sintomas como dores no corpo, febre alta, e comprometimento dos pulmões.
“Foram dias difíceis. Fiquei em isolamento, tomando a medicação, mas, graças a Deus, me recuperei, ao contrário de muitos colegas de profissão que, infelizmente, morreram, Na minha opinião, verdadeiros heróis que deram suas vidas para salvar as dos seus pacientes. Meu respeito a cada homem e mulher que lutaram bravamente contra a Covid. Descansem em paz, meus amigos”, desabafou.
Falta empatia
Cátia Jussara chama a atenção para a importância de seguir as orientações para evitar a contaminação e revela sua tristeza diante da atitude irresponsável das pessoas que insistem em não respeitar as medidas de prevenção.
“Não consigo compreender o porquê da insistência em aglomerar, esta atitude revela a incapacidade de boa parte da população brasileira de se colocar no lugar do outro. Num momento tão triste, as pessoas preocupam-se em promover festas”, lamentou.
Não dá tempo - Não precisa ser contaminado pela Covid-19 ou ver um ente querido sofrendo ou levado pela doença para se sensibilizar e se importar com as outras vidas. Muitas vezes, não há tempo para isso. A morte vem e tudo fica para trás.
A enfermeira Cátia Jussara também falou sobre como é difícil para lidar com as mortes dos pacientes que acompanha.
“Vejo diariamente na UTI o Coronavírus devastando vidas. São pessoas do grupo de risco (idosos, com comorbidades como diabetes, hipertensão, asma, entre outras), mas também jovens saudáveis que não resistem. Não tem como não ser impactada diante dessas situações”, salientou.
Esperança
“Diante da experiência que estou tendo durante todo esse período, deixo uma mensagem de esperança. Não percamos a fé em Deus e acreditemos que essa tempestade vais passar, no entanto, além disso, façamos nossa parte, agindo com responsabilidade, lutando como GUERREIROS, cumprindo o isolamento. O profissional de saúde é apenas um protagonista nesse cenário. Uma população consciente e solidária é a principal arma de enfrentamento dessa pandemia”, destacou.
Através da enfermeira Cátia Jussara, o Oh, que saúde! homenageia e agradece a todos os profissionais da área da saúde pela sua dedicação. Nosso respeito e gratidão.
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