De paciente à fisioterapeuta


Por: Célia Rangel 

  “Nem sempre entendo os propósitos de Deus na minha vida, mas sei que os Seus planos são maiores do que os meus! Nunca pensei em fazer vestibular para cursos da área da saúde porque não sentia identificação com nenhum deles. Tanto, que minha primeira graduação foi em Design Gráfico. Porém, ao longo dos períodos e depois da conclusão, não me sentia feliz. Essa insatisfação se tornou forte demais, a tal ponto que resolvi abandonar tudo e decidi dar outro rumo a minha vida profissional. Na busca de outras possibilidades, me deparei na internet com um pequeno texto tratando do que é fisioterapia. Naquele momento, meu coração bateu mais forte, me senti atraída e identificada com o que estava lendo. Mergulhei fundo. Fiz minha inscrição, prestei vestibular e fui aprovada”, relatou Amanda Oliveira. 

Esse é um pequeno trecho da história da fisioterapeuta, que conta muito mais sobre sua experiência de enfrentamento de desafios, determinação e superação ao longo do curso e, como ela afirma, essa trajetória foi um divisor de águas também na sua vida pessoal, provocando releitura e mudança de valores. Seu olhar sobre a vida passou a ter outro sentido.  

Início de ciclos 

Amanda estava toda feliz e totalmente envolvida com sua escolha. Porém, ainda no começo do curso, foi diagnosticada com endometriose. Sentia fortes dores que a levaram à hospitalização. Foram vários dias de tratamento. Mesmo assim, conseguiu driblar essa fase e cumpriu o período na universidade. 

Contudo, estava por vir um ciclo de comprometimento de sua saúde de proporções bem mais impactantes. “Fiquei sem andar por causa de uma paralisia quase completa. A princípio, não entendia o que estava acontecendo comigo. Falava-se em doença neurológica, no entanto, sem diagnóstico fechado. Passei por vários exames e tratamento fisioterapêutico. Quando iniciei a faculdade de Fisioterapia em 2014 não imaginava o quanto a profissão iria mudar a minha vida. Confesso que eu duvidava que as "técnicas" que estava aprendendo na faculdade podiam de fato "fazer uma pessoa voltar a andar", por exemplo. Aí, depois de passar desacreditada das cinesioterapias, eu me vi em uma cadeira de rodas. Nesse momento, tive que dar um voto de confiança em todas aquelas "técnicas". E não é que elas realmente funcionam? Parece até piada uma Fisioterapeuta está dizendo isso, mas antes de ser FISIOTERAPEUTA fui PACIENTE. E vi na minha própria vida, no meu próprio corpo, o valor da profissão que escolhi. E, depois disso, realmente me apaixonei pela Fisioterapia, não poderia ter escolhido de fato outra profissão. Foi a partir dessa experiência que realmente pude dimensionar o que é a fisioterapia na vida de uma pessoa”, ressaltou.  

Com o passar do tempo, seu quadro foi melhorando. Saiu da cadeira de rodas e passou a usar muletas. Durante esse período, nunca pensou em desistir do curso e, no ano seguinte, voltou a frequentar a faculdade. Entretanto, seu corpo foi dando sinais de que não aguentaria o pique. A situação foi se agravando, ficando novamente sem andar.  E, mais uma vez, teve que suspender suas atividades acadêmicas.   

Agravamento da situação 

 Diante da piora do quadro, tomou uma decisão importantíssima: buscar ajuda no Hospital 

Sarah Kubitschek, unidade de Fortaleza. A Rede Sarah é referência no atendimento de politraumatizados e na reabilitação de vítimas com problemas locomotores. “Entrei no Sarah de cadeira de rodas e, depois de 30 dias, saí no andador. O Sarah é daqueles hospitais onde seus profissionais têm um olhar holístico para o paciente, não o tratando de forma isolada, mas sim levando em conta sua totalidade, considerando os aspectos psicológicos, fatores externos e emocionais que influenciam sua saúde. Havia dias que meu corpo não suportava, as dores eram fortíssimas, mas tenho orgulho de mim por não ter desistido (mesmo acreditando que não aguentaria)” frisou. 


Superação 

Depois de toda essa luta e caminho percorrido por Amanda, ela está  bem  e, no final de 2019, concluiu o curso de fisioterapia. Salienta que nos momentos finais de sua graduação, foi invadia pelo sentimento de gratidão e pela certeza que a Fisioterapia foi sua melhor escolha. 

Em atendimento 

Após formada, passou a atender em domicílio, especialmente a idosos. Entretanto, por causa da pandemia, suspendeu os atendimentos, retornando no mês de novembro, agora, em seu consultório. “Tenho um canto para cuidar de pessoas, porque meu paciente não é uma dor no joelho, nem uma coluna que está doendo, por isso,  gosto de dizer que não trato doenças, cuido de pessoas, que têm uma vida familiar, profissional, social, e seus aspectos psicoemocionais, espirituais”, destacou.  

Amanda acrescenta: “Foi todo um processo até chegar aqui. Exatamente como um bebê que, a cada dia, se supera fazendo um movimento novo até consegui andar.  Cada passo, uma conquista. Essa experiência me faz grata a Deus por ter me tornado um nova pessoa. Além disto, creio que Fisioterapia entrou na minha através da vontade de Deus e também sei que os planos Dele nunca falham”, concluiu Amanda Oliveira 

Neste conteúdo, o Oh, que saúde retoma a temática da superação porque ainda estamos vivendo um ano marcado por momentos muito difíceis em todos os sentidos. A pandemia traz reflexões importantes para nós, exigindo reavaliação de valores para mudança do modo de vida. 

Em meio a tantas dificuldades, muitas vezes somos  invadidos pelo desânimo e até pela desesperança. Mas, quando nos deparamos com relatos como o de Amanda, somos “chacoalhados” e paramos para pensar sobre a importância da determinação diante de dificuldades que mexem com a nossa estrutura.  

A história dessa jovem encoraja a enfrentar situações impactantes.  Desejamos que seu exemplo possa nos motivar e dar forças para enfrentar os desafios impostos pela vida. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário