Relacionamento significa estar ligado a alguém afetivamente, profissionalmente ou de amizade. Envolve convivência e interesses comuns. São conexões entre pessoas nas várias áreas da vida. Hoje vamos focar no relacionamento de casais, uma área tão sensível e conflituosa, mas será que todos são necessariamente problemáticos? E a resposta é: claro que não, entretanto, aqueles que estão enfrentando dificuldades podem melhorar, desde que os envolvidos disponham a abrir mão de algumas coisas para investir na relação conjugal.
Para se ter relações sadias, tem um caminho que passa pela maturidade
pessoal, ou seja, conhecimento de si, entendimento de suas limitações e
potencialidades e, principalmente, suas fragilidades, pois, nesse
autoconhecimento, dificilmente ficará refém dos sentimentos dos outros e muito
menos dos seus. Vamos fazer uma reflexão: quando você vem da sua família de
origem, traz uma bagagem que contém coisas boas e ruins, feridas emocionais e
que, possivelmente, vão fazer com que haja uma projeção no outro, como um
abandono na infância por exemplo, e isso vai comprometer a capacidade de
confiar e, por consequência, não há uma entrega. As relações disfuncionais na
família de origem vão aparecer de alguma forma nos relacionamentos futuros, o
ideal é que se busque cuidar dessas feridas para que eles não sofram
consequências.
Em geral, quando começa um relacionamento, as pessoas projetam nas
outras as histórias de príncipe e princesa que são ouvidas quando crianças e
trazem para vida adulta, no momento em que começam a perceber que o projeto foi
frustrado, entram em uma disputa, onde é aí que mora o perigo. Então, o que
fazer? As frustrações vão acontecer e é bom para que o relacionamento se torne
resiliente. As dificuldades vão aparecer, mas se o casal consegue lidar com as
frustrações, o relacionamento forte será a base para se compreenderem,
exercitarem a paciência e fortalecer o vínculo conjugal.
Mas, que estratégias o casal pode usar para enfrentar os conflitos e
desenvolver resiliência? Vou colocar aqui algumas, mas é necessário que os dois
estejam dispostos a investir energia pela relação conjugal.
1 – Foquem no problema e não na pessoa. Não aponte a aponte e sim diga
qual o comportamento que lhe faz mal. Ela é maior que seus
comportamentos;
2 – Respeitem suas individualidades. Quando o outro estiver precisando
de um tempinho, se coloque à disposição para conversarem em um momento
oportuno;
3 – Alimentem conversas agradáveis, o bom humor é fundamental. Tenham
momentos agradáveis e sempre recordem as coisas boas do relacionamento;
4 – Se a pessoa reclamar de algo que está sentindo, valorize e pergunte
como pode ajudar;
5 – Não permitam interferências de terceiros, portanto, evitem
comentários sobre as dificuldades do casal com pessoas que não têm como
ajudar;
6 – Desenvolvam uma comunicação funcional, perguntem o que não
entenderem e não tirem conclusões precipitadas. Se estiverem muito zangados,
esperem um tempo para esfriar os ânimos e só aí retornarem ao diálogo. Outra
alternativa seria escrever, isto baixa o tom da briga;
7 – Não se esforcem para mudar o outro, não funciona e desgasta a
relação. Você consegue mexer no seu contexto se resolve mudar a si mesmo, pois
se o comportamento do outro te incomoda e já foi discutido anteriormente, busque
alternativas para que isso não se repita;
8 – Ocasionalmente, façam avaliações da relação, e pontuem o que precisa
ser aprimorado. Cada um coloca o que se propõe a melhorar e de que forma
(preferencialmente por escrito, a fim de que fique registrado);
9 – Lembrem-se sempre que vocês têm percepções distintas, então
respeitem a individualidade do outro;
10 – No relacionamento, um ajuda o outro a crescer, com sugestões,
sutileza e educação, através da empatia. Entender e se colocar no lugar dele,
tudo isso faz uma grande diferença.
Lembrem-se sempre, vocês estão no mesmo barco, mas é necessário remar
juntos.
Rosa Batista
Terapeuta de casais e da família
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