Câncer Bucal: a prevenção é a melhor aliada para evitar a doença


 



Por: Meyri Gomes

Você sabe quais são os sintomas e formas de tratamento do câncer bucal? Se sua resposta é não, informe-se, pois, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença é o 6º tipo mais comum entre os homens e o 8º entre as mulheres no Brasil. Para se ter uma ideia, só em 2020, estima-se que 15.190 novos casos sejam diagnosticados no país, com 42% deste total evoluindo para óbito. 

Mas, apesar desse quadro preocupante, os especialistas, afirmam que o diagnóstico precoce pode representar 95% de cura. Eles acrescentam que entender os sintomas e iniciar o tratamento são ferramentas decisivas. 

 “Quando a doença é detectada na primeira fase, o índice de cura é elevadíssimo, porque evita o tumor maligno com metástases. No início, o tumor é logo retirado do local com maior margem de segurança e é tratado”, destaca o Cirurgião Buco-Maxilo-Facial, Talvane Sobreira. 

 Ainda de acordo com Talvane Sobreira, o câncer mais comum é o carcinoma epidermóide“Esse tipo começa como um conjunto de células escamosas anormais. É extremamente invasivo, do tipo que penetra em camadas mais profundas da boca”, explica. 

O especialista alerta que, além da boa higiene oral, cuidados simples como evitar o fumo e o alto consumo de bebidas alcoólicas, manter uma alimentação rica em legumes e frutas, são essenciais para evitar a doença. 

“As lesões estão associadas ao descuido com a saúde bucal.  Outros fatores de risco também importantes relacionam-se a pacientes geralmente tabagistas, alcoólatras, com quadro clinico geral deficiente apresentando baixa imunidade, o que os tornam mais suscetíveis. Por isto, ressalto a importância da identificação precoce das lesões bucais que apresentam bordas irregulares endurecidas e profundas, com fundo necrótico e odor fétido,” conclui.   


Câncer oral x saúde publica  

A mestre em Saúde Pública e doutoranda em Clínicas Odontológicas, Maria do Carmo Pessoa,  faz um alerta as autoridades da saúde no que diz respeito ao desenvolvimento de políticas públicas para ações preventivas no que se refere à saúde bucal. 

 “O câncer oral é um problema de saúde pública, com alto índice de mortalidade, atingindo, na sua maioria, mais homens que mulheres em todas regiões do Brasil.  Está relacionado a fatores como: exposição solar e a radiações, álcool e fumo, e ainda a mutações genéticas, entre outros”, frisa. 

Maria do Carmo destaca a correlação do câncer oral com as atividades ocupacionais. 

“Os homens com menor poder aquisitivo também são mais vitimados pela doença. O câncer de lábio é o mais comum e tem uma importante ligação com o risco ocupacional, por ser agravante em trabalhadores rurais ou naqueles com atividades de exposição solar excessiva, como agentes de limpeza e vendedores ambulantes. Os sinais clínicos mais comuns são feridas em pele ou mucosa, manchas avermelhadas ou brancas que não cicatrizam em 14 dias, com bordas elevadas, irregulares e sangrantes”, esclarece. 

Ainda conforme a Maria do Carmo, as ações educativas são ferramentais eficazes para a diminuição da incidência do câncer oral. “A prevenção se baseia apenas em atividades informativas. O autoexame oral necessita ser mais divulgado para a detecção precoce. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores as perspectivas de cura”, finaliza. 


Principais sinais e sintomas: ferida ou aftas na cavidade bucal que não cicatrizam em 14 dias; Manchas vermelhas ou brancas nas gengivas, língua, lábios, garganta ou revestimento da boca; Pequenas feridas superficiais que não doem e que podem ou não sangrar; Irritação, dor na garganta ou sensação que algo nela está preso.

Porém, em estágios mais avançados, os sintomas evoluem para: dificuldade ou dor ao falar, mastigar e engolir; Caroços no pescoço devido ao aumento das ínguas; Dor em torno dos dentes, que podem cair facilmente; Mau hálito persistente; Perda súbita de peso.

Se liga!

O câncer de boca surge silenciosamente pelo fato de não haver dor. Pode- se demorar para buscar tratamento, por isso, ressaltamos a importância de manter o hábito da ida ao dentista. Na maioria dos casos, o profissional de odontologia  é capaz de identificar as lesões do câncer apenas observando a boca, no entanto, é comum pedir uma biópsia de um pedacinho da lesão para identificar se existem células cancerígenas.

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Fontes: 

Ministério da Saúde

 Instituto Nacional do Câncer (Inca)


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